"Era um típico começo de noite. O céu passava do amarelo para o abóbora, para o azul celeste, para o azul marinho. Pairava no ar aquele odorzinho de combustível queimado. Era o tal horário de 'pico', quando as pessoas voltavam de seus trabalhos ou das escolas e as ruas estão um caos, lotadas de veículos das mais diversas naturezas. Eu, na verdade, estava indo ao trabalho. Meu expediente começava às 18:30. Eu fazia a parte de fotografia e edição de imagens de um programa muito visto ultimamente, muito patrocinado e muito respeitado.
Também era responsável pela edição das notícias on line da emissora, mas isso eu podia fazer directo de minha moradia. Recebia e-mails de todo o Brasil e todo o mundo, com notícias já prontas ou com informações necessárias para eu mesma redigir uma notícia. Não confiava totalmente nas fontes cibernéticas, então sempre checava as informações, geralmente uma rápida ligação para minhas demais fontes.
A TV onde eu trabalhava ficava bem perto da casa dos meus pais, onde fora antigamente o famoso Instituto Educacional Antonino Freire, bem em frente ao Cemitério São José, ao lado de uma central do RONE. Por isso, eu passava os 15 dias de trabalho hospedada na casa deles e deixava para ficar em meu apartamento os outros 15 dias de 'folga' que eu tinha por mês - tempo em que eu era a responsável pela edição das notícias on line.
Vagava pelo caminho de ida ao meu trabalho sem ter muito no que pensar: não tinha filhos, nem animais de estimação, não tinha família constituída. Morava só 15 dias por mes, e com meus pais os demais 15 dias. Tinha apenas algumas lembranças de meus amigos, umas 'memórias de um futuro' que prometemos uns aos outros, de viagens que faríamos em breve.
Eu passava por ali em frente à 'Igreja dos Loucos' - nome que meus colegas de trabalho deram p´ro monumento - e me deparava rindo das actuações daquelas pessoas. Eles berravam muito, adoravam falar de 'Satanás' e afirmavam que o Apocalipse estava próximo.
Enquanto meu expediente não começava, eu ficava ali na praça em frente à TV. Nunca imaginei que estaria lá depois de tanto tempo, cresci lá e agora, aos 30, muita coisa tem perdido o sentido na minha vida. Como sempre, fiquei a 'descansar' meu olhar, algo que alguns chamam de distracção, outros de pensamento profundo, outros de reflexão. Eu apenas esvazio minha mente (ou ao menos chego bem próximo disso), fixando meu olhar em um ponto qualquer. Hoje fora no céu.
Uma estrela me chamava atenção. Parecia mover-se, aumentar, diminuir. Deveria ser impressão minha, meus óculos estavam na minha mesa, lá no ultimo corredor da TV e eu não me dava muito bem com lentes de contacto. Parei de descansar os olhos e comecei a piscar freneticamente... incrédula. O que diabos era aquilo que estava lá no céu?!"
Também era responsável pela edição das notícias on line da emissora, mas isso eu podia fazer directo de minha moradia. Recebia e-mails de todo o Brasil e todo o mundo, com notícias já prontas ou com informações necessárias para eu mesma redigir uma notícia. Não confiava totalmente nas fontes cibernéticas, então sempre checava as informações, geralmente uma rápida ligação para minhas demais fontes.
A TV onde eu trabalhava ficava bem perto da casa dos meus pais, onde fora antigamente o famoso Instituto Educacional Antonino Freire, bem em frente ao Cemitério São José, ao lado de uma central do RONE. Por isso, eu passava os 15 dias de trabalho hospedada na casa deles e deixava para ficar em meu apartamento os outros 15 dias de 'folga' que eu tinha por mês - tempo em que eu era a responsável pela edição das notícias on line.
Vagava pelo caminho de ida ao meu trabalho sem ter muito no que pensar: não tinha filhos, nem animais de estimação, não tinha família constituída. Morava só 15 dias por mes, e com meus pais os demais 15 dias. Tinha apenas algumas lembranças de meus amigos, umas 'memórias de um futuro' que prometemos uns aos outros, de viagens que faríamos em breve.
Eu passava por ali em frente à 'Igreja dos Loucos' - nome que meus colegas de trabalho deram p´ro monumento - e me deparava rindo das actuações daquelas pessoas. Eles berravam muito, adoravam falar de 'Satanás' e afirmavam que o Apocalipse estava próximo.
Enquanto meu expediente não começava, eu ficava ali na praça em frente à TV. Nunca imaginei que estaria lá depois de tanto tempo, cresci lá e agora, aos 30, muita coisa tem perdido o sentido na minha vida. Como sempre, fiquei a 'descansar' meu olhar, algo que alguns chamam de distracção, outros de pensamento profundo, outros de reflexão. Eu apenas esvazio minha mente (ou ao menos chego bem próximo disso), fixando meu olhar em um ponto qualquer. Hoje fora no céu.
Uma estrela me chamava atenção. Parecia mover-se, aumentar, diminuir. Deveria ser impressão minha, meus óculos estavam na minha mesa, lá no ultimo corredor da TV e eu não me dava muito bem com lentes de contacto. Parei de descansar os olhos e comecei a piscar freneticamente... incrédula. O que diabos era aquilo que estava lá no céu?!"
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