1 de set. de 2013

Alguns fatos sobre: Finlândia e Piauí

Existem muitos costumes compartilhados ao reverso entre esses dois distintos pedaços de terra. Alguns costumes não tão ao reverso assim. Os dois respondem pelo mesmo descritivo: aquele lugar quente/frio e distante.

Como piauiense legítima e imigrante estabelecida na Finlândia há mais de dois anos, posso notar certas características que se encontram nesses meus dois lares.

Geografia, história e política

A começar pelas semelhanças geográficas, temos os seguintes mapas territoriais:



Apesar de não saber corretamente em qual escala os mapas acima se estabelecem, creio que as proporções territoriais - em termos de área territorial - estejam corretas.

Com relação à região, o Nordeste é para o Piauí o que a Escandinávia é para a Finlândia: um imenso grupo étnico que compartilha consigo mesmo uma grande variedade de valores históricos e culturais. Em muitos casos, ambos Nordeste e Escandinávia tentam ser livres da responsabilidade de incluir territórios tão "difamados"/"distantes"/"desinteressantes" quando PI e FI.

Os dois carregam sítios milenares, onde se podem encontrar registros das primeiras civilizações humanas/extra-terrestres.

Os dois foram temidos no passado por serem o lar de seres humanos hostis e destemidos. Também compartilham de um passado indígena.

Nos dois locais, a maioria dos problemas que envolvem assuntos legais e de natureza oficial tem de ser resolvidos nas capitais.

Os dois carregam certa mágoa dos (E/e)stados vizinhos.

Clima

O clima é muito parecido entre os dois locais. As temperaturas tem números parecidos: entre 30 e 40 graus. Só que no Piauí é pra mais e na Finlândia é pra menos.

Educação, cultura e lazer

Os dois lugares, renegados por suas respectivas zonas políticas, são casualmente enfatizados quanto à qualidade de seus estudantes.

A cultura local nos dois territórios é rica em sua diversidade. Porém os créditos são sempre dados a outros (E/e)stados, seja pela origem, seja pelo suposto aperfeiçoamento da prática cultural.

Assim como o Piauí, a Finlândia tem a bebida alcóolica como principal fonte de entretenimento e interação social.

Tanto o Piauí quanto a Finlândia tendem a louvar suas tradições e renegar seus ídolos contemporâneos. Um exemplo de tradição entre os dois territórios está relacionado ao forte caráter agrícola dos dois, confirmando na figura de vaqueiros e samis valores histórico e épico. Já entidades como Stephany Absoluta e Frank Aguiar (PI) e Alexi Laiho e Kimi Räikkönen (FI) são tidos como maus representantes de seus respectivos povos, seja por carregarem a confirmação de certos estereótipos, seja por não mais pertencerem aos contornos físicos dos territórios.

Peculiaridades

Na Finlândia, sol é coisa rara. No Piauí, a chuva. Tanto o sol quanto a chuva são loucamente esperados por tudo e por todos nos respectivos lugares. Mas quando chegam, a reação mais natural é evitar. Fechem as cortinas rapidamente para o sol não entrar! Vamos reclamar nas redes sociais sobre a chuva e o frio de hoje, pra ver conseguimos espantá-lo.

A sauna está para a Finlândia assim como o ar-condicionado está para o Piauí.

Paisagens urbanas e rurais são relativamente livres de resíduos poluentes - por exemplo, garrafas e sacolas plásticas pelos acostamentos das estradas. Especialmente se comparando com (E/e)stados vizinhos.

Vários outros detalhes fazem eu me sentir em casa. Mas se os dois lugares são realmente a mesma coisa, por que é que eu decidi ficar por aqui mesmo? A resposta em uma palavra: silêncio.

4 comentários:

  1. Interessantíssimo esse paralelo que você tão bem observou e demonstrou, Renée.

    Resta saber se em algum mapa europeu também já se 'esqueceu' da Finlândia, como já aconteceu por aqui com o seu Piauí... :)

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  2. Oi Jamil! E você por aqui ainda, que honra :D

    Bem, a Finlândia não foi esquecida de mapas - pelo menos que eu saiba. Mas aqui rola muito do discurso "você está no oeste da Rússia ou no leste da Suécia?". Sem contar a questão da obrigação em aprender sueco por causa dos 5% de suecos que moram aqui.

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  3. Olá! A honra é minha também; acompanho seu blog há alguns anos, sempre com muito gosto;

    acho bonita a sonoridade do sueco; eu aprenderia só para entender os diálogos nos filmes do Bergman... quem sabe um dia.

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  4. Parabéns pelo artigo Renée, muito interessantes essas tuas observações!

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