"Greves afastam vestibulandos das universidades públicas” e esse problema intestinal está fazendo com que muita gente vá para a “privada” cada vez mais. Não que ela seja ruim, há algumas que são até bem aconchegantes, relaxantes mesmo. Mas a dimensão do enigma ultrapassa as portas de toaletes bem ornamentados e confeitarias luxuosas.
Baseados em falatórios ultrapassados e demasiadamente repetidos (além de distorcidos, o que denota o imenso grau de evolução da “doença”), alguns que se acham incapazes de competir e vencer, caprichosamente – e abastadamente – optam pelo ”escolher”, não pelo “ser escolhido”.
É mais cômodo comprar o peixe morto no supermercado do que pescá-lo, fitar as trevas à luz. O tempo não é um problema, apenas desculpa. Os obstáculos não são intransponíveis, somente cansativos. Imparcial e subjetivamente falando, considero as blasfêmias divulgadas contra a UFPI e a UESPI um problema muito grave.
Mostra-se que a falta de empenho e força de superação de certos jovens é cada dia mais crescente, mais preocupante, pondo em xeque o que seria a real função de um estudante propriamente dito. A matéria exibida neste último Domingo no Jornal O Dia cutucou não só minha indignação, mas também minhas certezas.
Igualando os termos “imparcialidade” e “desvantagem”, o recolhimento dos relatos de estudantes das escolas particulares foi feito de maneira infeliz, mostrando opiniões isoladas que só refletem a germinação de uma semente chamada “interesse empresarial e político”, plantada nas mentes desprovidas de conhecimento relevante.
Posso reafirmar minhas convicções por ter sido testemunha ocular de um ambiente “faculdário”, mas não desejo aqui trair e desmentir minhas palavras. Não me igualarei aos meus perturbadores nem tampouco serei antiética a ponto mostrar-lhes as vísceras que colhi naquele lugar; mas é bastante curioso um vestibular que não informa o número de vagas e a aprovação de 65 alunos num curso em que foram inscritos somente 42.
Na falta de bons alimentos, os fast-foods intoxicados da vida acadêmica são enfiados goela abaixo nos alunos, causando aquela fina e delicada sensação de calafrio ventral... O jeito é correr pra “privada” e lá “descer o barro”, como dizem os comuns. E esse barro vai pro mercado de trabalho em contingentes mais numerosos a cada semestre, deixando pairar no ar aquele odorzinho de desemprego e desespero.
A verdade é que estamos presenciando o fim da UFPI e da UESPI, nos mesmos moldes da decadência do Colégio Estadual Zacarias de Góis – LICEU PIAUIENSE e de tantos outros que não tiveram a mesma tradição e nem a mesma oportunidade de formar muitas das figuras que conduzem nosso Estado.
A ruína é lenta, porém imensamente perceptível. Na falta de incentivo e por ser minoria, resta-me conviver solitariamente nessa minha “prisão de ventre” que eu tanto amo. Meus sinceros pêsames às futuras gerações...
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